Nas últimas semanas algumas grandes empresas do mundo da moda lançaram campanhas simultâneas favorecendo a ideologia de gênero. As campanhas visam mostrar que não há roupas para homens ou mulheres, pois não haveria sexo definido, como afirma esta ideologia. O vestir-se seria uma consequência daquilo que se vive. Para entendermos o porquê desta oferta comercial inusitada, temos que acrescentar aqui um outro grupo. Estas campanhas dos chamados capitalistas se somam às tentativas da esquerda em impor nos diversos países tanto esta ideologia quanto o aborto e outros comportamentos contra a vida e a família.
Escrevi este artigo enquanto estava em um trem para Assis. Então convido o leitor a imaginar que estamos, como sociedade, todos dentro de um trem, para chegar em uma estação. O que acontece é que tem alguns grupos que querem definir em qual estação (no caso, estilo de vida) devemos chegar. Estas empresas estão fazendo isso.
Mas a esquerda não é inimiga da burguesia (os ricos empresários)? Como podem estar atuando juntos? São inimigos só na teoria. Na prática, conspiram para o mesmo fim. Para eles a sociedade deve chegar à completa anarquia sexual, pois é um estopim para a derrocada dos valores cristãos (família, casamento, ordem, respeito, etc). O objetivo comum de grandes empresas capitalistas e dos socialistas é o mesmo: forçar comportamentos que irão levar a mudança de valores. O alvo primordial são as crianças, adolescentes e jovens, mais suscetíveis às propagandas e à ideologização.
O que as empresas ganham com isso? Economicamente é um bom negócio investir na chamada contracultura (comportamento sexual sem restrições, ausência de valores) porque toda contestação é, no momento, moda, ou melhor, modismo. E isso vende! Para os socialistas a contestação é ideologia; para os capitalistas é modismo. Aqueles ganham por quebrar a ordem social, passo para a tal revolução profetizada por Marx; estes lucram com o novo mercado que é criado.
As empresas do ramo sabem, no entanto, que o negócio é arriscado porque podem perder os clientes tradicionais. Por isso que seus passos são muito bem calculados. Como o governo do Presidente Obama tem forçado a ideologia de gênero nos Estados Unidos, abriu-se uma janela de oportunidade para uma investida maior. Além disso, os esquerdistas ajudam bastante estas empresas, pois disseminam a ideologia de gênero nas escolas e Universidades. Criam um mercado de consumo.
Na junção dos trilhos modismo-ideologia se vê uma estrutura ferroviária maior: mercado-socialismo. O que eles têm em comum é o materialismo, não se importando com os valores (cristãos) que alçam o ser humano à sua verdadeira dignidade e comportamento correspondente a esta.
A sincronização das campanhas e toda pressão pela imposição da ideologia de gênero principalmente na educação comprovam a logística proposta, mostrando para qual estação estamos sendo encaminhados. Cabe aos cristãos e homens e mulher de boa vontade (e bom senso!) tomarem consciência do que está acontecendo e decidirem se querem embarcar neste trem ou seguirem em outro. A espiritualidade daquele jovem de Assis, tão venerado por nós, pode nos ajudar bastante na decisão.
Padre Silvio Roberto, MIC
Diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada.
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