O Ministério da Saúde anunciou recentemente que o SUS irá cobrir diversos novos tratamentos alternativos, uma lista que se soma a vários outros que já vinham sendo aceitos pelo SUS. Os cristãos precisam entender que a maioria destes tratamentos não tem base científica, mas sim um sistema de crença e filosofia, quase sempre oriental. Ora, a crença oriental em geral (hinduísmo, budismo e outras) é que não existe um Deus pessoal, mas sim uma energia universal da qual todos fazemos parte e, por isso, a maioria destes novos tratamentos lidam com a harmonia da energia da pessoa, que é harmonizar a pessoa com o cosmos.
Aqui entra o perigo de alguns destes tratamentos, quando, por meio de controle mental, energização, mantras ou hipnose, retiram o paciente do nível consciente para o inconsciente (estados alterados de consciência) onde este passa a estar abertos a influências espirituais sobre o seu ser.
E se a palavra do mantra que é recitada for a invocação de uma entidade hindu? E se os objetos usados (pedras, incensos, florais) tiveram sido consagrados a outros deuses? E se a pessoa que impõe as mãos sobre o paciente está se colocando como um canal para atrair sobre o paciente certas energias? Mas e que energias são estas? De onde provém?
E se esta pessoa vive práticas ocultas? Aqui é preciso ter em conta que, da mesma forma que Deus pode nos abençoar por meio de objetos (água benta, imagens, etc) que são os sacramentais, o mal também pode fazer uso de objetos ou até mesmo pessoas para se infiltrar na vida de alguém (Dt 18, 10-14)…
Dentre as técnicas apresentadas pelo SUS, uma é particularmente grave: o reiki. Tão grave que foi objeto de uma advertência dos bispos americanos aos católicos daquele país. Por experiência de atendimentos a pessoas que passaram pelo reiki digo que é algo muito perigoso e que não deve ser feito de forma alguma.
Em algum tempo vou publicar um material mais desenvolvido sobre toda esta temática. Por hora, sugiro a todos a leitura do documento “Jesus Cristo, Portador da água da Vida” do Pontifício Conselho da Cultura e finalizo com esta entrevista do então Cardeal Ratzinger, nosso Papa Emérito:
“Pergunta: Eminência, algumas pessoas afirmam possuir um fluido nas mãos que pode curar os doentes, e o confundem com o carisma das curas…”; “Resposta – O carisma das curas se manifesta em primeiro lugar na ausência total de elementos de magia e se realiza em um espírito de oração. As curas operadas pelo Senhor e sob o seu mandato pelos apóstolos são expressões de oração. Não se usam meios e contextos espirituais alheios à fé e à razão. Os carismas, à diferença dos poderes e fluidos de que se vangloriam estas pessoas, se submetem à verdade e ao poder de Deus e não introduzem outros elementos. Os outros casos são expressões de um terrível mundo subterrâneo, que – muito tempo na verdade escondido – hoje de novo, em uma fase de repaganização, vem à luz”.
Pe. Silvio, MIC