Esta frase, em um dos livros do grande escritor – cristão – Dostoiewiski, é impactante. Ele não é o único a enfatizar a beleza. Ao longo dos séculos, grandes teólogos o fizeram também. Mais recentemente, Balthazar e Ratzinger.
O místico São Francisco exaltou a beleza não com reflexões teológicas, mas, especialmente, ao criar o presépio. Seguindo-o, artistas nos legaram presépios lindos, que nos atraem ao Belo em si, que é o Menino, à simplicidade de Maria, à presença silenciosa de José, à admiração dos pastores, à reverência dos magos. Podemos dizer que há beleza até na ignorância do boi presente na cena.
Sendo assim, por que um presépio, no coração da cristandade, tão feio, no ano 2020? Quem consegue, após contemplá-lo, ter aquele impulso interno de admiração diante do sagrado? Quem vai ter seu coração ardendo de desejo de ser uma pessoa santa, nos passos do Menino e de seus santos pais, após vê-lo?
Se a beleza salva o mundo, ao contrário disto, o feio o perde. Melhor dizendo: o feio já é um indício que o mundo está se perdendo. A arte torna-se a cada dia mais insípida, vazia, “desconstruída”, feia e, em muitos casos, até blasfema.
A Igreja não pode ir pelos caminhos da arte pós-moderna (psicodélica). Sua missão neste campo, é outra; é trazer beleza ao mundo.