Muitos pais no Brasil estão preocupados sobre a questão de vacinar ou não seus filhos adolescentes contra o HPV (papilomavírus humano). A preocupação aumentou com a exigência, do Sistema de ensino do Paraná (talvez em outros estados também) sobre a recepção da vacina para que a matrícula nas escolas públicas seja efetivada. Diante disto, seguem algumas considerações para ajudar estes pais (o artigo precisa ser longo, pois o tema é complexo).
Questão de fundo
As consequências danosas da revolução sexual, que espalhou-se pelo mundo a partir dos anos 60, são marcas na sociedade e na vida das pessoas. Colhemos hoje um preço muito alto pela recusa de viver os valores evangélicos. Além da grave consequência espiritual, pois a libertinagem afasta a alma de Deus, e as consequências sociais (famílias destruídas), os efeitos na saúde das pessoas é patente. Uma vez que a relação sexual passou a ser vista como um simples jogo de prazer, dissociada da responsabilidade efetiva pelo outro, que se caracteriza pelo compromisso na formação de uma família, a difusão das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) teve um aumento exponencial. Nada a se estranhar, já que uma pessoa pode ter variados parceiros ao longo de sua vida. Não somos inocentes em achar que as doenças sexualmente transmissíveis surgiram com a revolução sexual. Já existiam, por certo. Mas a mudança comportamental tem levado a desenfreados surtos das mesmas.
A tentativa de responder a este efeito contraditório de uma revolução que propaga a liberdade e a felicidade, dissociadas da responsabilidade, tem sido os meios artificiais de evitar, eliminar ou pelo menos atenuar os efeitos das DSTs. Camisinhas, pílulas, vacinas são soluções propostas para tentar sanar um problema ou mesmo para que se dê continuidade a um estilo de vida contrário ao bem do homem.
Esta reflexão acima é importante, ao falar de vacinas contra DSTs, pois, sem ela, ficaríamos apenas em argumentos científicos e utilitaristas, sem a devida reflexão ética, parte essencial da vida humana.
Sobre o HPV
O HPV é uma destas doenças alastradas principalmente devido a um estilo de vida segundo o sexo livre. Trata-se de uma doença causada por mais de 100 diferentes tipos de vírus e que é transmitida por meio de relações sexuais, podendo ter efeitos que variam desde “simples” verrugas nas mucosas até mesmo ao possível desenvolvimento de câncer (de colo de útero, de pênis, de ânus). Em geral, as mulheres apresentam-se mais vulneráveis à infecção pelo HPV por apresentarem variações tanto do ciclo hormonal quanto da imunidade ao longo do mês, diferentemente dos homens. Na maior parte dos casos não há sintomas e, quando há, nem sempre estes aparecem no momento que se contraiu o vírus, que pode ficar incubado e manifestar-se muitos anos depois.
Como enfrentamento ao HPV, foi desenvolvida há relativamente pouco tempo uma vacina. Sobre esta, é importante ressaltar que:
– a Vacina não cobre todos os vírus HPV, mas apenas aqueles que são mais atuantes e graves (6,11,16,18);
– a vacina não previne outros tipos de DSTs: AIDS, gonorreia, sífilis, etc…
– a vacina pode ser a causa, em certos casos pontuais, da doença autoimune Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e a Síndrome Postural Ortostática Taquicardizante (SPOT). Mas vale ressaltar que outras vacinas também podem gerar alguns riscos;
– “nem todos os tipos de HPV, entretanto, são capazes de originar tumores, sendo o 16 e o 18 os responsáveis por 60% dos casos de câncer de colo do útero”;
– “(…) a vacinação contra HPV 16 e 18 não se justifica em homens heterossexuais, pois estes raramente desenvolvem câncer genital induzido por HPV, embora a vacina contra HPV 6 e 11 possa ser considerada na profilaxia de verrugas genitais tanto em homens como em mulheres”;
– “é possível antecipar que outros tipos de HPV, cujos potenciais oncogênicos variam, permanecerão causando lesões cervicais clinicamente significativas”;
– “Restam várias lacunas no conhecimento, não sendo conhecidas, por exemplo, a segurança em longo prazo e na gestação. Não se sabe ainda o tempo durante o qual os indivíduos estarão protegidos, já que os estudos atuais estão limitados a cinco anos”;
De volta à reflexão ética
Justifica-se a preocupação dos pais quanto a esta vacinação. Especificamente os pais cristãos, dadas as consequências morais. Se a vacinação de meninas nesta tenra idade for associada a uma promessa de que elas estarão imunes da doença sexualmente transmissível, é uma forma de dizer: “podem fazer sexo, pois vocês estão seguras”. Na cabeça de muitos pré-adolescentes é assim que a vacinação vai soar como mensagem. Se isso acontecer, e o risco é grande, será um tiro no pé do ponto de vista da saúde pública. Muitos adolescentes poderão passar a ter vida sexual ativa, aumentando o caso desta e de outras DSTs.
Esta hipótese, do aumento das DSTS, não é descabida, pois já vimos isso acontecer em relação à AIDS. Com o surgimento dos coquetéis, uma nova geração de jovens, que não viram as pessoas morrerem de AIDS nos anos 80 e 90, passou a banalizar a doença, sentido-se segura. O resultado foi o alarmante aumento da infecção nos últimos anos.
Daí voltamos ao início deste artigo: propagamos a liberação sexual, que, por fim, levará a novos problemas, novas doenças e novos meios artificiais de contê-las, para a alegria da indústria farmacêutica, que continuará ganhando muito dinheiro (somente dois laboratórios detém o monopólio da fabricação desta vacina)
Por outro lado, os pais devem saber que uma grande faixa da população tem HPV (80% da população americana, como exemplo, terá hpv em algum momento de sua vida). Se uma jovem é ensinada a manter-se casta, sem precisar tomar a vacina, e ela assim o faz, nada garante que ela estará segura, pois poderá casar-se com um jovem com hpv que irá contaminá-la. Além disto, outras situações comuns do dia a dia, como usar o cortador de unha de alguém com hpv também pode, ainda que de forma mais remota, ser uma possível causa para que alguém não vacinado, adquira o vírus.
Dados da Austrália, país que há mais tempo faz uso desta vacinação, mostram que o uso da vacina tem sim diminuído a taxa de câncer de colo de útero. Pesando estes fatos acima, o pensamento majoritário dos profissionais de saúde é que o risco/benefício da vacina é aceitável.
Ações
Diante deste quadro real, parece que a vacinação acabe por se impor como necessária, em algum momento. Não vivemos em um mundo ideal, onde doenças sexualmente transmissíveis seriam menos presentes. O fato é que elas estão aí e são sim, uma ameaça. Os cristãos podem até cogitar, a partir da última reflexão, sobre o exemplo do casamento, que uma atitude prática seria fazer o teste de hpv antes do casamento e, daí o uso ou não da vacina. Mas ainda temos algumas outras situações do dia a dia, com certo risco presente.
De qualquer forma, decidindo-se pela vacinação, os pais cristãos devem aproveitar o momento para sentarem com seus filhos (os meninos também) e mostrar mais este efeito deletério da relação sexual fora do matrimônio. Devem falar que a vacina não é uma garantia total. Dizer a seus filhos que tenham a coragem de viver diferente neste mundo, em pureza e castidade, como Nosso Senhor nos orientou. Temos que ter coragem de propor aos jovens um caminho novo, com o desafio da verdade. Os jovens, quando bem orientados, têm muito mais força de enfrentar desafios do que supomos, como nos diz a Palavra de Deus: “Jovens, eu vos escrevi porque sois fortes e as palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.” (I Jo 2,14).
Por fim, sobre a exigência da vacinação para matrícula no sistema de ensino, adentramos aqui em outra frente de reflexão. Parece ser uma forma autoritária do governo impor sobre as famílias sua política de saúde. Não obstante os argumentos em favor da vacina, é perigoso este caminho do Estado obrigar uma vacina que não se refere a uma doença diretamente contagiosa (como é o caso da tuberculose, por exemplo), pois um aluno não vacinado contra hpv não impõe nenhum direto risco ao demais colegas de turma. Uma coisa é o Estado obrigar certas vacinas que, quando não tomadas, implicam em risco direto para toda uma população. Outra coisa é a obrigação de uma vacina cujo agente patogênico não traz este risco direto. E se o Estado acostumar-se a fazê-lo e, no futuro, dependendo da ideologia do governo do momento, obrigar certas vacinas que possam ter efeito tornar mulheres inférteis (exemplo deste perigo: http://acordaterradesantacruz.com.br/?p=296)?
Pe. Silvio R. Roberto, MIC
Referência a todas as citações dentro deste texto
http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v29n6/a01v29n6
Posto aqui o comentário de Tiba Camargos, após pesquisa americana com 8milhões de mulheres vacinadas constatar que 25% delas não conseguem engravidar: “Alguma novidade? NÃO!!!! Falta de aviso não foi. O excesso de confiança nesse tipo de vacina é um problema. Não sou do movimento anti-vacina mas não é de hoje que vacinas são utilizadas como instrumento de controle demográfico pelo mundo afora ou como testes em cobaias como aconteceu no Quênia com as tais vacinas contra tétano. Vacinas estas que continham as mesmas substâncias enviadas paras as vacinas na América Latina. Essa denúncia circulou mas logo foi esquecida ou minimizada pela mídia. Quem não lembra das vacinas utilizadas em cobaias humanas no Alabama, EUA na década de 1970? Enfim! Podem espernear à vontade mas a educação na moral sexual católica é sim a única forma de fato eficaz para controlar as DST’s. Vide exemplo da Uganda, o único país a adotar oficialmente a política de estímulo à abstinência e fidelidade no combate à epidemia de HIV. Resultado: o único país a reduzir as transmissões em 30%. Quem se lembra que em Uberlândia essa tal vacina contra HPV foi motivo de ação do MP contra sua distribuição? Motivo: não comprovação da sua eficácia e nem dos seus efeitos colaterais. E não me venha com essa história de que não podemos falar dessas coisas… que assim estarei motivando as pessoas a não tomar vacinas, etc. Não gosto da ideia de que somos um rebanho confinado, gados na fila da agulha. A notícia do post de hoje prova a seriedade do assunto e a urgência de termos garantia de que a substância que estão injetando em nós e em nosso filhos, não são venenos.”