Não há dúvidas que estamos vivento um momento muito difícil da humanidade. O atentado perpetrado pelos terroristas em Paris, o jornal Charlie Hebdoe é injustificável. Realmente um absurdo, que atenta contra o valor fundamenta do ser humano: a vida. Porém, A REFLEXÃO DEVE IR ALÉM DA INDIGNAÇÃO DOS MOMENTOS DE TRAGÉDIAS. Sobre os radicais terroristas já sabemos bem do seu ódio, cegueira e desprezo pelos valores, entre eles a vida. Mas e do outro lado, ou seja, daqueles que eles mataram, pode-se fazer uma reflexão?
Por mais que a comoção do momento leve a ver as vítimas como inocentes que foram mortos, a reflexão, como já dito, precisa ir além. A imprensa tem falado a toda hora dos “respeitados cartunistas”. Muitos, que acompanham os noticiários, não sabem que o jornal Charlie não era um jornal comum, informativo, mas um jornal satírico, ou seja, que usa deste gênero literário para a crítica. Mas há grandes abusos aí.
Em nome de um dogma da sociedade moderna, ou seja, a liberdade de imprensa, estes homens mostravam total desrespeito para com os crentes. Destaca-se o desrespeito aos praticantes do islamismo, com as caricaturas de Maomé. Ao ofenderem o profeta dos mulçumanos, eles dão aos radicais o que eles querem: um álibi para praticar a selvageria. Mas há espaços para o desrespeito também a nós cristãos e católicos: charge com o Papa consagrando uma camisinha, charge sugerindo um encontro amoroso do Papa com um guarda suíço, e inclusive uma charge tirando o sarro do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Como dito, a sociedade moderna criou um dogma de liberdade que só postula direitos, sem deveres. Sob esta concepção de liberdade está a mesma concepção que defende o aborto: de um lado o direito, do outro nega-se o dever de respeitar o próximo. Não se respeita o islamita, o cristão, o direito à vida do nascituro. Esta concepção se estende ao “direito” das crianças e adolescentes de viverem a sua sexualidade, defendida pela ONU, sem a “intromissão” dos pais.
De forma alguma queremos justificar o atentado. Como já dito, um absurdo a ser condenado. Mas ou a “classe intelectual” da sociedade ocidental para com sua hipocrisia, orgulho, cristofobia e secularismo perseguidor e aviltante e mostra respeito ao próximo, ou continuará fomentando situações como esta. Claro que os cristãos não irão fazer tais atentados, pois nós cristãos aprendemos que devemos perdoar e deixar o julgamento ao Senhor (este Senhor a quem os cartunistas satirizaram e a Quem agora deverão responder). Mas os extremistas não irão pensar duas vezes antes de agir.
Condeno esta barbárie que foi o atentado e rezo para que Deus abençoe a França, considera a Filha mais velha da Igreja, que nos deu tantos santos e santas, estes sim, homens e mulheres que nos ensinaram valores. Defendo a liberdade, valor que Deus deu ao ser humano, mas não apoio um dogma de liberdade que não respeita os valores morais e de fé do povo. Quem é cristão sabe que o mal entrou no mundo pelo mal uso feito pela liberdade. Condeno a violência e o ódio de todos os tipos, mas o jornal Charlie não me representa e EU NÃO SOU CHARLIE!
Pe. Silvio, MIC